Se resolver usar meus textos para finalidades pessoais, por favor, tenha a delicadeza de citar a fonte.

Novas perspectivas


2008, um ano para que tudo dê certo.

Primeira de 2008

Hoje é primeiro de janeiro e embora feriado, levantei-me cedo (para um feriado, bebi pouco na noite de ontem). Peguei alguns recados com os desejos tradicionais de felicidade, saúde e prosperidade na secretária eletrônica, liguei a cafeteira, dei uma olhada no dia lindo que já fazia lá fora e sentei-me para saborear meu primeiro café de 2008.
Muito mais por hábito do que propriamente por interesse, ato continuo, liguei a televisão e, enquanto zapeava os canais, parei surpreso em um daqueles que dedicam algumas horas de sua programação a venda de produtos. Lá estava, ao vivo, uma moça que, de forma empolgada, arrolava as várias qualidades e vantagens de uma panela elétrica para cocção de arroz, a qual era oferecida pela mesma como um utensílio absolutamente indispensável. Uma oferta imperdível.
Caralho, quem, às 10horas da manhã de um primeiro de janeiro, compraria uma panela elétrica de fazer arroz?
Por maior que sejam os desejos de prosperidade e abundancia que se receba, algumas ofertas imperdíveis que se apresentam, são exageradas até mesmo para o mais compulsivo dos consumistas.


Aldo Masini

Às vezes

Às Vezes


Às vezes,
minhas palavras não são capazes de traduzir com clareza tudo em que penso,
aquilo que sinto
e menos ainda o quê me vai na alma...
Às vezes,
meus pensamentos correm rápidos demais e não consigo acompanhá-los,
meu coração bate rápido demais,
como se desejasse fugir de dentro de mim,
ganhar independência, vida própria.
Às vezes, é minha alma que deseja correr,
partir para longe,
longe desse coração que sente e se ressente,
longe desse corpo que envelhece e se condói,
longe desses tantos pensamentos conflitantes,
longe dessas palavras que se perdem em enganos grosseiros
longe de tudo que macule o amor puro e branco
que minha alma tem pela vida.

A. Masini


Um mundo novo por detrás das palpebras

Um mundo novo por detrás das palpebras


Te enxergo tão bem quando de olhos fechados
que quando os abro,
nos efemeros instantes que ainda dura o lume do seu sorriso,
um mundo novo se descortina diante minha retina.
Nele, tudo é mais vivo
tudo é mais iluminado
tudo é mais colorido.
E minha vida,
a que ainda restou dentro de mim
me diz que esse bocado de existência,
sensivel apenas por suspiros
ou lágrimas fugidias desses mesmos olhos quando ha mais tempo abertos,
pode valer a pena
se o piscar dos meus olhos for mais lento, mais freguente
porque só quando os fecho
consigo observar o que há dentro de mim,
no centro do que sou.
Lá, você ainda permanece a mesma,
que um dia por mim também se apaixonou.

A. Masini


Apartados (antes mesmo de unidos)

Aparados



De onde vem esse seu poder de transformar meus dias? De reunir cada uma das nuvens escuras de chuva e fazê-las dissipar, para em seguida, surgir o sol, iluminando cada canto escuro de minha alma atormentada?

De onde vem esse encanto, que me faz depositar cada uma das minhas esperanças nos sonhos que seus sorrisos me promovem?

De onde vem esse sentimento que me invade os olhos, corre por minhas veias, toma meu corpo e se instala em festa em meu coração a cada oportunidade que tenho de te ver?

Que coro angelical é esse que canta pra mim sempre que te ouço?

Que mulher é você, que parece ter sido feita sob medida para meus abraços, beijos e carinhos?

Que vida afinal é essa, que apesar dessas tantas coisas que me põem na sua direção, ainda assim nos manteve apartados de tudo isso?



A. Masini