Se resolver usar meus textos para finalidades pessoais, por favor, tenha a delicadeza de citar a fonte.

A língua solta do molusco

“A mentira que foi produzida ontem pela equipe de publicidade do candidato José Serra é uma coisa vergonhosa. Ontem deveria ser conhecido como dia da farsa, dia da mentira”.

"É lógico que todos os candidatos gostariam de ganhar as eleições no 1º turno, mas infelizmente, pela FALTA DE SABEDORIA dos eleitores isso nem sempre é possível".



É sabido que o álcool produz efeitos distintos, dependendo da quantidade ingerida e do caráter da pessoa que o tenha ingerido.
Mas quando se é um chefe de Estado com especial descontrole da quantidade que se despeja goela abaixo, seria recomendável uma mordaça, ou, no caso do nosso primeiro ébrio, uma focinheira, e o problema da logorréia estaria solucionado.
Infelizmente, porém, penso que o problema não seja só o alcoolismo mas o cinismo, a hipocrisia e a arrogância típicas de um tirano sustentado por alianças espúrias e um séquito de esfaimados incapacitados (pelo próprio tirano) de se libertarem da armadilha paternalista à qual se encontram hoje irremediavelmente presos.

Que Deus nos ajude

Aldo Masini

Dos momentos que nos levam

Tenho me sentido um tanto cansado, no corpo e nos pensamentos
Hoje mesmo, precisei do dia todo para juntar algumas palavras a fim de contar de mim
Minha vida tem passado mais rápida, e eu, me sentindo mais lento
Tenho muita consciência de alguns momentos, mas quase nenhuma da maioria deles
O momento de despertar, o momento de almoçar, o momento de voltar à cama
Estes me marcam
Apontam o término abreviado e repentino da noite de sono, a hora de alimentar o corpo dividida com a hora de rever a matéria da aula passada, a hora ansiada pelo corpo de se entregar ao sono com o qual briguei o dia todo
Durante a ocorrência dos demais momentos do dia, a consciência me parece abandonar e as coisas simplesmente vão acontecendo
Umas dando lugar a outras, em uma sequência imperceptível, maioria das vezes independente de qualquer ação minha, qualquer vontade minha
Às vezes porém, sem hora certa, muito mais como um espasmo do espírito, súbito deixo minha mesa de trabalho
Um café me mostra que a vida é mais do que números e contratos
Meus olhos percorrem janelas que mostram lá fora um mundo com muito mais a oferecer do que um simples copo plástico de café morno
Me detenho por não sei quanto tempo diante das janelas
O ritmo do tempo lá fora, marcado pelo caminhar das nuvens e suas sombras
O chacoalhar das folhas das arvores acariciadas pelo vento
O espreguiçar vagaroso de um gato vagabundo cochilando sobre o muro
Os passos heterogênios das pessoas nas calçadas
E o horizonte distante, desfigurado, recortado pela silhueta dos prédios
Tão Indefinido como a soma dos momentos que me trouxeram até aqui, diante dessas janelas

Aldo Masini

Às vezes

Às Vezes


Às vezes,
minhas palavras não são capazes de traduzir com clareza tudo em que penso,
aquilo que sinto
e menos ainda o quê me vai na alma...
Às vezes,
meus pensamentos correm rápidos demais e não consigo acompanhá-los,
meu coração bate rápido demais,
como se desejasse fugir de dentro de mim,
ganhar independência, vida própria.
Às vezes, é minha alma que deseja correr,
partir para longe,
longe desse coração que sente e se ressente,
longe desse corpo que envelhece e se condói,
longe desses tantos pensamentos conflitantes,
longe dessas palavras que se perdem em enganos grosseiros
longe de tudo que macule o amor puro e branco
que minha alma tem pela vida.

A. Masini


Um mundo novo por detrás das palpebras

Um mundo novo por detrás das palpebras


Te enxergo tão bem quando de olhos fechados
que quando os abro,
nos efemeros instantes que ainda dura o lume do seu sorriso,
um mundo novo se descortina diante minha retina.
Nele, tudo é mais vivo
tudo é mais iluminado
tudo é mais colorido.
E minha vida,
a que ainda restou dentro de mim
me diz que esse bocado de existência,
sensivel apenas por suspiros
ou lágrimas fugidias desses mesmos olhos quando ha mais tempo abertos,
pode valer a pena
se o piscar dos meus olhos for mais lento, mais freguente
porque só quando os fecho
consigo observar o que há dentro de mim,
no centro do que sou.
Lá, você ainda permanece a mesma,
que um dia por mim também se apaixonou.

A. Masini


Apartados (antes mesmo de unidos)

Aparados



De onde vem esse seu poder de transformar meus dias? De reunir cada uma das nuvens escuras de chuva e fazê-las dissipar, para em seguida, surgir o sol, iluminando cada canto escuro de minha alma atormentada?

De onde vem esse encanto, que me faz depositar cada uma das minhas esperanças nos sonhos que seus sorrisos me promovem?

De onde vem esse sentimento que me invade os olhos, corre por minhas veias, toma meu corpo e se instala em festa em meu coração a cada oportunidade que tenho de te ver?

Que coro angelical é esse que canta pra mim sempre que te ouço?

Que mulher é você, que parece ter sido feita sob medida para meus abraços, beijos e carinhos?

Que vida afinal é essa, que apesar dessas tantas coisas que me põem na sua direção, ainda assim nos manteve apartados de tudo isso?



A. Masini