Se resolver usar meus textos para finalidades pessoais, por favor, tenha a delicadeza de citar a fonte.

Medos menores

Dessas noites mais frias e sem estrelas,
quando tudo que nossos olhos cansados buscam é um farol em meio à névoa;
Nessas madrugadas em que o açoite do vento nos arranha a pele
e seu assovio nos agride os ouvidos;
Quando a hora ainda é pouca, os segundos não correm no relógio
e o tempo angustioso escorre sem respeitar nossa urgência;
Nesses momentos de solidão que nos obscurece qualquer resto de pensamento bom,
qualquer esperança insólita ainda pulsante
e uma dor sem lugar certo faz do todo em nós seu lugar próprio;
Quando a certeza do amanhecer se esvai como a luz do luar ocultada por nuvens pesadas
e nada mais que valha a pena parece restar;
Quando o “abismo que tanto olhamos passa a nos olhar de volta”;
São nessas horas que a vida dá um salto.
Alguma coisa então no mais visceral do nosso íntimo,
um talvez resto de instinto de sobrevivência que a razão não calou;
Aquela última parte de nós que se recusa a ceder
mesmo que seja para ranger os dentes por mais uma noite;
Aquela aturdida porção rebelde que nega ao óbvio e mesmo rouca ainda tenta gritar;
Ou mesmo um natural e possível receio
de que na outra margem do Estige também não exista paz;
Um último fôlego ancestral de vida
que nos aguça o olhar e faz serrar os punhos, os dentes;
Uma força primitiva que nos faz encolher como um animal,
acuado mas capaz e pronto para lutar;
Faz aflorar na pele um calor de fogo e guerra que é a fortaleza de nossa alma.
Nos obriga dizer para nós mesmos:
Que venha o pior frio
A mais escura noite
A solidão mais silenciosa
O vento mais cortante
O abismo mais sedutor
Estou pronto.
Hoje eu sou maior do que qualquer medo,
sou maior do que qualquer terror.
E o amanhã, se vir, será outra batalha a vencer.
Trago em mim, rediviva e inflamada,
a Centelha Divina com quê fui Criado.

(Ouvi uma vez alguém dizer que isso seria a “vida se impondo”)

A. Masini

Para uma querida que partiu

Já faz tempo que nos separamos
Chegou sua hora e,
a despeito do amor que nos unia,
enquanto eu fiquei com as saudades,
sem outra opção, você seguiu seu caminho.
Exceto em meus sonhos, jamais nos encontramos novamente.
Ficaram porém as memórias,
lembranças daquele tempo que era nosso.
Tempo de momentos prazerosamente longos
em que simplesmente permanecíamos,
você e eu,
lado a lado,
e nada era preciso ser dito.
Ficavamos assim, em silêncio,
minha mão pousada em você,
que de olhos serrados e expressão serena
parecia repousar.
Era sua maneira de demonstra confiança e prazer.
Uma pena ter-se ido.
Com você eu era seguro.
Podia ser eu mesmo,
com meus defeitos imperceptíveis aos seus olhos,
com minhas dificuldades e manias que jamais julgou.
Mais do que segurança, você me dava proteção,
ao seu lado jamais tive medo. Você era forte e valente.
Me fazia sentir especial mesmo sendo apenas um menino.
Havia dedicação, um amor sincero e sem máscaras entre nós dois.
Uma alegria espontânea na companhia um do outro
que só com muita sorte se encontra.
E sempre foi assim minha saudosa amiga,
desde que chegaste em minha vida
pelas mãos de minha irmã.
Um filhotinho ainda, metida em uma sacola de feira.
Saudades sempre, querida Pandora.

À uma amiga que partiu para sempre
Cuja saudade também para sempre ficou.

A. Masini

Maria Julia

Era cedo ainda, pouco além das nove horas de um domingo de primavera, calmo e muito claro, mas de calor ameno, tanto que resolvi descer para a piscina do condomínio e aproveitar um pouco daquela luz tão bonita. Embora goste demais do sol, não me relaciono muito bem com ele, acho que ainda não aprendi a respeitar sua força e ocasionalmente me machuco sob seu calor. Culpa absolutamente minha, vez que quando não nos damos conta do respeito que merecem as coisas grandiosas, invariavelmente nos machucamos. É assim com o sol e a vitima de insolação, o mar e o afogado, a paixão e o romântico.

Abdiquei do jornal por entender que suas noticias não combinariam com a beleza do dia, levei então um livro carinhosamente presenteado por uma amiga querida, Cartas a Théo. Confesso que mesmo sabendo em linhas gerais do que se tratava, me cativou a idéia aventada pela tal amiga de “um alguém que escreveria cartas a Deus (Théos)”, uma forma das mais lindas de se imaginar o conteúdo da obra assinada por Van Gogh.

Estava ainda me acomodando na espreguiçadeira quando me chamou a atenção o dialogo encantador de uma menininha com sua mãe. Esta querendo desembaraçar-lhe os cabelos, aquela, tentando dissuadi-la da idéia. – Não quero pentear porque dói – insistia a pequena. E que motivo poderia ser mais legítimo?

Naquele momento vagueou por ali uma borboleta amarela que calou a menininha despenteada e carregou consigo seu olhar até passar, com seu voo impreciso, diante de uma janela do terceiro andar. Ato contínuo a menina acenou vigorosamente a mãozinha com dedinhos enrugados; queria cumprimentar o menino que por trás do vidro de sua janela, a mesma diante da qual voou a borboleta, nos observava em silêncio.

- Coitado desse garoto, nunca desce, só fica de lá olhando as crianças brincarem aqui em baixo. - Disse-me minha vizinha, mãe da menina que àquele momento já havia parado de acenar e apenas olhava fixamente o rosto do garoto com a testa encostada na vidraça.

- Como assim? Ele não desce para brincar com as outras crianças?

- É sempre a mesma coisa, todo final de semana que estamos aqui ele permanece nos olhando da janela, chega a da pena.

- Mas, há algum motivo para ele não descer? Sabe se ele tem algum problema?

Dessa vez foi a menininha quem respondeu, sem porém tirar os olhos da janela:

- Ele não tem problema não moço. Ele só não quer deixar seu cavalo sozinho.

A resposta me surpreendeu. Do que, efetivamente, falava aquele miudinha despenteada?

- Cavalo meu anjo? Como assim? – perguntei tomado de curiosidade, porém intuindo o óbvio para um adulto desprovido de imaginação. Deveria tratar-se de um cavalo de brinquedo.

- É moço, ele fica no quarto dele fazendo companhia para o cavalo porque ele não pode descer, não cabe no elevador.

Olhei instintivamente para a mãe a procura de socorro, mas ela já se encontrava ao celular e limitou-se a sorrir.

- Querida, me diz uma coisa, se o cavalo não cabe no elevador, como o menino fez para leva-lo até o apartamento?

- O Zeca fica no quarto, não no apartamento.

- Ah, então o nome do cavalo é Zeca?

- Não moço, Zeca é o menino, o cavalo se chama Victor Hugo.

Embora confuso com a velocidade da garotinha, estava adorando aquela conversa insólita.

- A sim, igual ao poeta não é?

- Não moço, é Victor Hugo – disse-me ela enfatizando o “qui” de Victor – igual à bolsa.

- Bolsa? Ah sim, acho que já ouvi o nome da boca de alguma amiga. Mas me diz uma coisa meu anjo, vivendo no quarto do Zeca, o que come o Victor Hugo?

- Danone. É, ele adora Danone. Gosta muito de bala de goma e torresmo também.

Aquela criaturinha era a coisa mais fofa que havia naquele prédio, começava a me culpar por nunca antes ter conversado com ela.

- E o senhor moço, como se chama?

- Me chamo Johnnie, e você.

- Eu sou a Ariel, muito prazer.

Já estava prestes a elogiar seu nome quando a mãe, interrompendo a ligação em que se encontrava, chamou:

- Maria Julia, por que não diz seu nome de verdade ao moço?

- Porque o meu pai me disse para não falar com estranhos.

- Mas eu não sou estranho meu anjo, já disse, sou Johnnie. E moro aqui também.

- Moço, esse nome é o seu nome de filme, me diz seu nome de verdade que eu te digo o meu.

Só me coube rir depois de tal comentário, riso que interrompi tão logo notei que ela se aproximava e, vindo ao meu ouvido, me disse em tom de segredo.

- Moço, eu não gosto de Maria Julia, o senhor já viu alguma princesa com nome de Maria Julia?

Nesse momento sua mãe, desligando definitivamente o aparelho emendou:

- Maria Julia, seu pai está a caminho, vamos, você ainda tem de tomar banho.

- Agora preciso ir moço; vou te ver de novo?

- Espero que sim meu anjo, gostei muito da nossa conversa.

E ela, novamente vindo ao meu ouvido confessou.

- Moço, eu não sou um anjo, sou uma fada, uma com muita imaginação.

Sorriu um sorriso lindo, encantado como se é de imaginar sejam os sorrisos das fadas e se foi atrás da mãe por meio de graciosos saltinhos de bailarina.

J.S. (A. Masini)

O que busca o seu olhar?

Para ninguém era segredo ser um apaixonado pelas cores com que o céu se tingia à tarde, especialmente no outono; que se hipnotizava pelo brilho das luzes quando a noite caia sobre sua cidade; que se comprazia com as múltiplas formas que assumiam as copas das árvores e as nuvens. Qualquer que fosse do seu convívio ou mesmo apenas próximo sabia o quanto costumava se encantar com as crianças brincando e, de uma forma diferente, com algumas das moças que passavam por seu caminho. Era notório seu gosto por observar e a forma surpreendente com que costumava valorizava os detalhes de tudo o que via. Tudo que captava com seu olhar era motivo de reflexão e nada era desprezado.

Desde a infância tinha por habito deter-se diante dos jardins das praças a procura de coisas que aos olhos de outros passariam sem ser notadas, uma lagarta colorida, uma trilha de formigas carregando folhas cortadas maiores que elas mesmas, botões de flores ainda por abrir.

No último ano, porém, havia desenvolvido, de maneira próxima à compulsão, o habito de observar o horizonte. Sem qualquer motivo aparente, como que atendendo a um chamado, detinha-se com os olhos fixo n’algum ponto fugidio e ali permanecia, às vezes por horas, como que esperando vir de lá alguma coisa de importância única. Nesses momentos de abstração deixava transparecer com bastante nitidez o quanto seus olhos buscavam o inalcançável e, à medida que ia tomando consciência de que aquela forma perfeita ou seja lá o que esperava encontrar não se revelava, era a frustação que se estampava naquele par de olhos perdidos no tempo.

Toda aquela dedicação às buscas de seu olhar tomava muito do seu tempo, tanto que passou a negligenciar outras coisas importantes, como as leituras, os filmes, os trabalhos. Nem dos amigos fazia mais questão, dizia já não ter paciência para aquelas trivialidades que nada acresciam à sua vida e entregava-se cada vez mais às janelas, aos espaços vazios onde se avistasse o horizonte e lá permanecia, sem se mover, quase sem piscar. De repente suspirava, cerrava os olhos, dizia mudo qualquer coisa para si mesmo e afastava-se em silêncio.

Ficou assim, flertando com a catatonia por meses, sem que qualquer de seus próximos soubesse de seus motivos; quando lhe perguntavam esquivava-se dizendo que “descansava os olhos”. Assim passaram-se os dias, correram os meses e as pessoas foram se acostumando às suas ausências e ao distanciamento de seu olhar, até que dele passaram a guardar apenas lembrança e mesmo seu nome foi sendo esquecido.

Dia desses, porém, alguma coisa o despertou de seu sono hipnótico e seus olhos voltaram a mostrar acuidade e brilho. Já era visto observando as cores, as crianças, as nuvens e as moças; voltou até mesmo a sorrir. Ninguém sabe ao certo se o horizonte lhe mostrou o que tanto esperava enxergar ou se simplesmente fez as pazes com o que quer que o incomodava de maneira tão completa, mas era nítido que voltava, lenta, mas consistentemente à vida. Seja lá o que tenha ocorrido, encontro, desencontro, revelação, abdicação, foi muito bom perceber que aquele período difícil, de olhos velados por uma lâmina lacrimosa que insistia permanecer, como um navio que segue mar adentro, vai agora, no mesmo horizonte outrora tão perseguido, também desaparecendo.

 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
(que o fardo de nossas almas jamais sejam pesados a ponto de nos congelar de joelhos)

A. Masini

Voltar

Depois de passar pelo homem sonolento do guichê, chegou à plataforma da estação ferroviária ainda antes dos primeiros raios de sol, aguardados com ansiedade vez que era muito fria aquela manhã silenciosa de fim de agosto.
 
Ajeitou-se como pode no banco de madeira sob a luz amarela da única lâmpada que ali havia e encolheu-se tentando minimizar o açoite do vento. Trazia consigo apenas duas mudas de roupas acomodadas na mochila e as incertezas de sempre desacomodando seu coração.

Olhou novamente o relógio pendurado na estrutura de ferro que sustentava o telhado da minúscula plataforma, coisa de uns oito ou dez metros. Conferiu com o de seu pulso e sentiu que talvez tivesse sido melhor ter tentado ficar um pouco mais na cama apesar de ter passado a noite toda acordado.

Notou que próximo ao portal por onde viera, ainda mais encolhido do que ele próprio, havia um cão de rua que o observava preguiçoso. Fez um gesto com os dedos acompanhado de um som de psiu aos quais o cão respondeu levantando as orelhas e abanando a cauda uma única vez para em seguida, solenemente, meter o focinho entre seus pelos e voltar a dormir. O gesto lhe pareceu muito mais algum tipo de cortesia canina do que simpatia, o que não chagava a ser novidade vez que a maioria das pessoas daquela cidadezinha agia assim, cuidava unicamente da própria vida.
 
Havia por volta de cinco meses que se encontrava ali e acabou por se acostumar com o jeito arredio de todos. Lembrou-se que a demonstração mais espontânea de atenção veio de um senhor que ao vê-lo sair da pensão tossindo ofereceu-lhe uma bala de mel. Agradeceu a gentileza do estranho com seu sorriso mais sincero, retribuído com um espasmo de lábios acompanhado de um leve menear com a cabeça, em seguida e sem dizer qualquer palavra, foi-se embora o tal sujeito por seu caminho.

Rumou àquele lugar entre as serras para se isolar. Trazia dores que o fizeram arredio e solitário. Já não se interessava pelas pessoas de seu convívio, em especial as do trabalho. Queria ficar quieto e recuperar sua paz interior, arrancada dele em razão de escolhas erradas, frustrações decorrentes de planos precocemente interrompidos.

Decidido a esquecer-se de tudo, mesmo que lhe custasse esquecer a si mesmo, procurou o lugar mais simples para se hospedar e avisou apenas à sua amiga Alice onde estaria. Confiou a ela suas plantas e um pedido para que não o procurasse pois quando estivesse pronto voltaria.

Levou apenas o necessário. Deixou para trás os livros preferidos, que além de pesados, seriam um marco para quando voltasse. Carregou consigo porém uma gaita embora não soubesse como tocá-la. Imaginava-se, para suportar as saudades, como que em tratamento de desintoxicação, um tipo de reabilitação que o fizesse voltar a ver sentido em sua vida.

E como foram difíceis os primeiros dias e noites. As músicas, os luares, as manhãs de sol e até os silêncios traziam lembranças às quais desejava esquecer, apagar da memória, arrancar de sua estória simplesmente porque doíam. Tentava aprender novos prazeres como meditar à luz do sol, caminhar pela mata abundante naquele lugar distante, tomar banho de cachoeira e dormir ao relento coberto por estrelas. Apaixonou-se pela visão nostálgica da senhora idosa que todo final de tarde se acomodava em uma cadeira à porta de sua casa para fazer crochê. Reencontrou-se com a alegria sublime das coisas simples, mas, apesar de sentir-se bem, a paz ainda lhe escapava ante os fantasmas que insistiam em assediá-lo.

Até que na tarde do dia anterior a dona da pensão o procurou dizendo que havia chegado um telegrama. O mesmo que trazia em seu bolso e onde se lia: “Por favor volte rápido. Gabriel muito mal. Alice.”.

Gabriel, assim como a própria Alice, era para ele uma referência de amizade, um irmão de alma, aquele amigo da vida toda com quem cresceu, com quem compartilhou momentos de aprendizado e evolução mútuos. Ao ler aquela mensagem percebeu o quanto foi egoísta fazendo-se recluso daqueles que o amavam. Percebeu também que os fantasmas podem ser terríveis sim, mas apenas quando permitimos que sejam, quando os nutrimos até que se tornem maiores do que nós. Pronto ou não, a vida não espera por ninguém e seu amigo com nome de anjo precisava dele agora. Harmonizou-se então com suas dores e tomou o caminho da volta. Volta às suas origens.

Àquela altura já se ouvia o apito do trem. O sol já havia surgido e o cão, agora posto ao seu lado, abanava a cauda como quem o saúda entusiasmado.

A. Masini

Às vezes

Às Vezes


Às vezes,
minhas palavras não são capazes de traduzir com clareza tudo em que penso,
aquilo que sinto
e menos ainda o quê me vai na alma...
Às vezes,
meus pensamentos correm rápidos demais e não consigo acompanhá-los,
meu coração bate rápido demais,
como se desejasse fugir de dentro de mim,
ganhar independência, vida própria.
Às vezes, é minha alma que deseja correr,
partir para longe,
longe desse coração que sente e se ressente,
longe desse corpo que envelhece e se condói,
longe desses tantos pensamentos conflitantes,
longe dessas palavras que se perdem em enganos grosseiros
longe de tudo que macule o amor puro e branco
que minha alma tem pela vida.

A. Masini


Um mundo novo por detrás das palpebras

Um mundo novo por detrás das palpebras


Te enxergo tão bem quando de olhos fechados
que quando os abro,
nos efemeros instantes que ainda dura o lume do seu sorriso,
um mundo novo se descortina diante minha retina.
Nele, tudo é mais vivo
tudo é mais iluminado
tudo é mais colorido.
E minha vida,
a que ainda restou dentro de mim
me diz que esse bocado de existência,
sensivel apenas por suspiros
ou lágrimas fugidias desses mesmos olhos quando ha mais tempo abertos,
pode valer a pena
se o piscar dos meus olhos for mais lento, mais freguente
porque só quando os fecho
consigo observar o que há dentro de mim,
no centro do que sou.
Lá, você ainda permanece a mesma,
que um dia por mim também se apaixonou.

A. Masini


Apartados (antes mesmo de unidos)

Aparados



De onde vem esse seu poder de transformar meus dias? De reunir cada uma das nuvens escuras de chuva e fazê-las dissipar, para em seguida, surgir o sol, iluminando cada canto escuro de minha alma atormentada?

De onde vem esse encanto, que me faz depositar cada uma das minhas esperanças nos sonhos que seus sorrisos me promovem?

De onde vem esse sentimento que me invade os olhos, corre por minhas veias, toma meu corpo e se instala em festa em meu coração a cada oportunidade que tenho de te ver?

Que coro angelical é esse que canta pra mim sempre que te ouço?

Que mulher é você, que parece ter sido feita sob medida para meus abraços, beijos e carinhos?

Que vida afinal é essa, que apesar dessas tantas coisas que me põem na sua direção, ainda assim nos manteve apartados de tudo isso?



A. Masini