Se resolver usar meus textos para finalidades pessoais, por favor, tenha a delicadeza de citar a fonte.

No caminho só comigo

Aqueles primeiros passos errantes,
Já nem me lembro quando os dei.
Mas sei que nem sempre assim o foram
Acredito; ainda mais, sinto, que já soube claro onde ia
Que já tive por certo aquele ou este destino
Hoje caminho porém como que a esmo
Faróis opacos de esperanças me orientam
Mas sombras de saudades me confundem
E nessa contenda de penumbra e luz branda
Meio a tudo jazem minhas pernas cansadas
Caminho ainda, por impulso orgânico
Com esses passos que seguem espásmicos.
Como a quem foge pouco importam rumos,
direção é luxo que para mim alheio.
Alheio eu mesmo de tudo em mim
Vez que tudo que penso e sinto
Fizeram-se todos assim
(talvez eu mesmo assim os fiz)
Sob um signo etéreo do “não eu”
Do “não nosso” “não meu”  
Como se sem lugar e outro fosse,
sem também repouso ou pouso não paro.
Sigo.
Caminho ainda por me ser o que resta
E como que assistindo a vida por uma fresta
Insisto nesses passos deslocados no espaço
desprovidos de objetivos outros distintos do mover
sugerem antes passos de dança
que apenas levam o corpo
o conduzem ao quê o olhar alcança.
Mas é curiosidade só
de chegar mais perto do quê não sei
para apenas ver sem concluir, sem tocar sem refletir.
A paisagem é outra também
Estranha daquela que me ladear vinha amiúde
quando orgulhoso andava com rumos
e de olhar agudo imaginava seguro
Saber por onde eu ia
Saber exato quem eu era.












A. Masini

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O aprendizado se dá por tentativa, erro e a correção do erro. No meu modo de ver, o erro é uma ferramenta de aprimoramento. Assim, te convido a deixar seu comentário. Abraço, Aldo

Às vezes

Às Vezes


Às vezes,
minhas palavras não são capazes de traduzir com clareza tudo em que penso,
aquilo que sinto
e menos ainda o quê me vai na alma...
Às vezes,
meus pensamentos correm rápidos demais e não consigo acompanhá-los,
meu coração bate rápido demais,
como se desejasse fugir de dentro de mim,
ganhar independência, vida própria.
Às vezes, é minha alma que deseja correr,
partir para longe,
longe desse coração que sente e se ressente,
longe desse corpo que envelhece e se condói,
longe desses tantos pensamentos conflitantes,
longe dessas palavras que se perdem em enganos grosseiros
longe de tudo que macule o amor puro e branco
que minha alma tem pela vida.

A. Masini


Um mundo novo por detrás das palpebras

Um mundo novo por detrás das palpebras


Te enxergo tão bem quando de olhos fechados
que quando os abro,
nos efemeros instantes que ainda dura o lume do seu sorriso,
um mundo novo se descortina diante minha retina.
Nele, tudo é mais vivo
tudo é mais iluminado
tudo é mais colorido.
E minha vida,
a que ainda restou dentro de mim
me diz que esse bocado de existência,
sensivel apenas por suspiros
ou lágrimas fugidias desses mesmos olhos quando ha mais tempo abertos,
pode valer a pena
se o piscar dos meus olhos for mais lento, mais freguente
porque só quando os fecho
consigo observar o que há dentro de mim,
no centro do que sou.
Lá, você ainda permanece a mesma,
que um dia por mim também se apaixonou.

A. Masini


Apartados (antes mesmo de unidos)

Aparados



De onde vem esse seu poder de transformar meus dias? De reunir cada uma das nuvens escuras de chuva e fazê-las dissipar, para em seguida, surgir o sol, iluminando cada canto escuro de minha alma atormentada?

De onde vem esse encanto, que me faz depositar cada uma das minhas esperanças nos sonhos que seus sorrisos me promovem?

De onde vem esse sentimento que me invade os olhos, corre por minhas veias, toma meu corpo e se instala em festa em meu coração a cada oportunidade que tenho de te ver?

Que coro angelical é esse que canta pra mim sempre que te ouço?

Que mulher é você, que parece ter sido feita sob medida para meus abraços, beijos e carinhos?

Que vida afinal é essa, que apesar dessas tantas coisas que me põem na sua direção, ainda assim nos manteve apartados de tudo isso?



A. Masini