Se resolver usar meus textos para finalidades pessoais, por favor, tenha a delicadeza de citar a fonte.

dos versos que gritam

“Meu catavento tem dentro o que há do lado de fora do teu girassol
 Entre o escancaro e o contido, eu te pedi sustenido e você riu bemol
 Você só pensa no espaço, eu exigi duração
 Eu sou um gato de subúrbio, você é litorânea

 Quando eu respeito os sinais vejo você de patins vindo na contramão
 Mas quando ataco de macho, você se faz de capacho e não quer confusão
 Nenhum dos dois se entrega, nós não ouvimos conselho
 Eu sou você que se vai no sumidouro do espelho...”
(Catavento e Girassol - Aldir Blanc / Guinga)

De quê nos servem os versos cujas palavras estancam já no raso do olhar?
Quero o poema que me diga mais
Que me arranhe a pele e exponha a carne
Que esprema as lágrimas e lave a alma
Que junto ao espasmo do lábio ponha na boca um gosto de desespero
Que resgate aquela saudade lembrada apenas nos olhos
E sem se transformar em visão completa,
antes e apenas uma capa d'água que teimosa não escorre,
fica,
porque também não tem para onde ir.

A. Masini

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O aprendizado se dá por tentativa, erro e a correção do erro. No meu modo de ver, o erro é uma ferramenta de aprimoramento. Assim, te convido a deixar seu comentário. Abraço, Aldo

Às vezes

Às Vezes


Às vezes,
minhas palavras não são capazes de traduzir com clareza tudo em que penso,
aquilo que sinto
e menos ainda o quê me vai na alma...
Às vezes,
meus pensamentos correm rápidos demais e não consigo acompanhá-los,
meu coração bate rápido demais,
como se desejasse fugir de dentro de mim,
ganhar independência, vida própria.
Às vezes, é minha alma que deseja correr,
partir para longe,
longe desse coração que sente e se ressente,
longe desse corpo que envelhece e se condói,
longe desses tantos pensamentos conflitantes,
longe dessas palavras que se perdem em enganos grosseiros
longe de tudo que macule o amor puro e branco
que minha alma tem pela vida.

A. Masini


Um mundo novo por detrás das palpebras

Um mundo novo por detrás das palpebras


Te enxergo tão bem quando de olhos fechados
que quando os abro,
nos efemeros instantes que ainda dura o lume do seu sorriso,
um mundo novo se descortina diante minha retina.
Nele, tudo é mais vivo
tudo é mais iluminado
tudo é mais colorido.
E minha vida,
a que ainda restou dentro de mim
me diz que esse bocado de existência,
sensivel apenas por suspiros
ou lágrimas fugidias desses mesmos olhos quando ha mais tempo abertos,
pode valer a pena
se o piscar dos meus olhos for mais lento, mais freguente
porque só quando os fecho
consigo observar o que há dentro de mim,
no centro do que sou.
Lá, você ainda permanece a mesma,
que um dia por mim também se apaixonou.

A. Masini


Apartados (antes mesmo de unidos)

Aparados



De onde vem esse seu poder de transformar meus dias? De reunir cada uma das nuvens escuras de chuva e fazê-las dissipar, para em seguida, surgir o sol, iluminando cada canto escuro de minha alma atormentada?

De onde vem esse encanto, que me faz depositar cada uma das minhas esperanças nos sonhos que seus sorrisos me promovem?

De onde vem esse sentimento que me invade os olhos, corre por minhas veias, toma meu corpo e se instala em festa em meu coração a cada oportunidade que tenho de te ver?

Que coro angelical é esse que canta pra mim sempre que te ouço?

Que mulher é você, que parece ter sido feita sob medida para meus abraços, beijos e carinhos?

Que vida afinal é essa, que apesar dessas tantas coisas que me põem na sua direção, ainda assim nos manteve apartados de tudo isso?



A. Masini