- João Marcelo?
- Oi, sim, sou eu.
- Oi João, é a Rosana, sua vizinha do 41.
- Oi Rosana, boa noite. Tudo bem?
- Sim, tudo ótimo. Olha, desculpa te ligar assim a essa hora mas, preciso te pedir um favor.
- Claro. Que houve?
- Um cliente meu foi preso e vou precisar ir até a delegacia. Não tenho com quem deixar a Maria Julia. Você poderia, por favor, ficar com ela por uma ou duas horas?
- Bom, hã... claro, fico sim.
- Ah vizinho, que bom. Super agradecida. Ela gosta muito de você. Eu a deixaria com a Eliana do 71 mas ela não está.
- Hã, ok Rosana, tudo bem. Há algum problema se a gente comer uma pizza?
- Você e eu?
- Não. Hã, bom, ah... Na verdade eu estava me referindo à Maria Julia. Eu ainda não jantei sabe. Estava pensando em pedir pizza. Tudo bem para ela?
- Ah sim, claro. Digo, sem problemas. Ela vai adorar. Assim que eu voltar, passo por ai para pegá-la. Guarda um pedaço pra mim?
- Claro.
- Te agradeço demais João Marcelo. Você está me quebrando um galho enorme. Nem sei como te agradecer.
- Imagina Rosana, eu adoro a Maria Julia. Vai ser divertido. E, a propósito, me chama de Johnnie. Pode ser?
- Claro, acho bem mais simpático do que João Marcelo. Vou pedir para a Maria Julia descer. Um beijo, Johnnie.
- Um beijo Rosana.
...
- Alice. Vem pra cá. Por favor.
- Que houve Johnnie? Você parece assustado.
- Minha vizinha me pediu para tomar conta da filhinha dela e eu não sei o que faço.
- Qual a dificuldade de dizer isso pra ela?
- Eu já aceitei. É aquela menininha falante de que te falei. A que adota nomes de princesas.
- Aquela de que você é fã né?
- Isso. Essa mesma.
- Mas se ela é essa fofa que você diz, qual é o problema de tomar conta dela?
- Alice, ela é uma menininha e por mais que eu goste de crianças, não sei como lidar com a responsabilidade de tomar conta delas.
Rindo – Então você dá conta das adultas mas as pequenas te assustam?
- Não sacaneia Alice. É sério. Eu não sei como cuidar de uma garotinha de seis anos.
- Você não pensou nisso antes de dizer sim para a mãe dela.
- Me pegou de surpresa.
- Fala sério Johnnie, surpresa nada. Você está a fim da mãe e ajuda-la com a filha é uma ótima forma de se aproximar dela.
- Nada a ver Alice. A mulher é “workaholic” assumida. Uma advogada arrogante que está sempre falando ao celular. Sabe aquele tipo de pessoa que se acha dona da verdade? Ao contrario da filha, que é um encanto, a Rosana é uma chata.
- Acho que você está apaixonado.
- Você está louca Alice.
- Te conheço irmãozinho, você tem um fraco por esse tipo de mulher. Independente, poderosa, metida. Você adora uma chata – risos.
- Você pode até ter alguma razão, mas nesse caso é diferente. Faço pela princesinha.
- É, você realmente gosta dessa menina não é?
- Gosto sim, ela é divertida, inteligente, imaginativa. Uma criança que é criança entende? Ela sim é apaixonante.
- Sei. Apaixonante. Já ouviu dizer que o homem ama os filhos da mulher que ele ama?
- Alice, quer saber, não quero mais que venha.
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O aprendizado se dá por tentativa, erro e a correção do erro. No meu modo de ver, o erro é uma ferramenta de aprimoramento. Assim, te convido a deixar seu comentário. Abraço, Aldo