Se resolver usar meus textos para finalidades pessoais, por favor, tenha a delicadeza de citar a fonte.

Persistência

- Você não vai me deixar dormir né?
- Deu saudade.
- Sei. Você não tem limites.
- Poxa Vivi, no começo do namoro você adorava minha falta de limites.
- Anjo, ainda adoro, mas são duas da madrugada. Logo tenho de levantar, tenho de trabalhar amanhã, digo, hoje.
- Ah querida, você já acordou mesmo.
- Não. Eu preciso dormir.
- Posso ficar aconchegado em você então?
- Com essa coisa me cutucando? Não mesmo. E para de me encoxar. Que coisa!
- Ah minha linda, tô sem sono.
- Então arruma outra coisa pra se distrair, porque eu vou dormir.
- Gosto tanto do seu corpinho.
- Tira a mão João Marcelo e para de fungar no meu cabelo.
- Mas delicinha, qual o problema de dormirmos abraçados?
- Eu preciso descansar. Vira pra lá seu tarado.
Dando-lhe as costas - Chata.
...

- Não acredito. Que porra é essa agora?
- Massaginha, para você se sentir descansada.
- Massaginha é o cacete João Marcelo. Me deixa dormir.
- Poxa Vivi, você adorava que eu massageasse seus pezinhos.
- Ainda adoro, mas depois do banho.
- Frescura, eu gosto do cheirinho dos seus pés.
- Que cheirinho seu cretino? Cuido muito bem dos meus pés.
- Claro que cuida gostosa, mas não tem jeito, o corpo da gente cheira mesmo. Eu não ligo não.
- É, eu sei que você não liga não. Vive querendo beijar minhas axilas.
- É mó bom né? Suas axilas estão sempre tão lisinhas.
- Você é um tarado isso sim. Inventa cada uma.
- Eu achei que você gostasse.
- Nem tudo é legal né?
- Porra, como assim? Sério isso?
- Ah, tem lugar que você quer por a boca que vou te contar viu. Constrangedor.
- Nada a ver, isso é intimidade.
- Isso é nojento, isso sim.
- Nojento é beijar de manhã sem escovar os dentes.
- Ah, mas noutro lugar tudo bem eu por minha boca sem escovar dentes né?
- Olha que boa ideia querida. Um basquetinho agora seria ótimo para relaxarmos.
- Relaxarmos é o cacete João Marcelo, eu preciso dormir.
Emburrado e dando-lhe as costas - Chata.
...

- Ah (grito). Que porra você está fazendo agora João Marcelo?
- Carinho.
- Carinho? Beijando a minha bunda?
- Ah, foi de levinho dodói, achei que nem ia acordar.
- Pois é, seu degenerado, eu ainda estou acordada.
- Não precisa brigar amor, foi só um beijinho inocente.
- Beijinho inocente porra nenhuma, te conheço. Você é sem noção João Marcelo.
- Só porque gosto de beijar sua bunda?
- Começa com beijinho, depois quer me passar a língua.
- Huummm... é bom não é?
- É bom sim, mas na hora certa.
- E tem hora certa pra fazer amor?
- Isso que você faz com essa sua língua tem nada a ver com “fazer amor”.
- Como assim?
- Você quer me linguar em tudo que é lugar. Na bunda, atrás dos joelhos, nas palmas das mãos, nas solas dos pés. Até nos olhos. Isso é tara.
- É desejo Vivi.
- Você se descontrola.
- Você que me descontrola querida.
- Isso é compulsão.
- Não Vi, isso é paixão.
- Você não tem limites.
Sussurrando - O que sinto por você é que não conhece limites minha senhora.
- Tarado.
Ainda sussurrando - Amada.
Rendida - Desisto, além de tudo você sempre escolhe bem as palavras.
- Vem cá então minha miudinha, vem pro seu lugar no meu abraço.
- Ah Johnnie..., seu canalha... me beija, me beija nas axilas.

J.S. (A. Masini)

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O aprendizado se dá por tentativa, erro e a correção do erro. No meu modo de ver, o erro é uma ferramenta de aprimoramento. Assim, te convido a deixar seu comentário. Abraço, Aldo

Às vezes

Às Vezes


Às vezes,
minhas palavras não são capazes de traduzir com clareza tudo em que penso,
aquilo que sinto
e menos ainda o quê me vai na alma...
Às vezes,
meus pensamentos correm rápidos demais e não consigo acompanhá-los,
meu coração bate rápido demais,
como se desejasse fugir de dentro de mim,
ganhar independência, vida própria.
Às vezes, é minha alma que deseja correr,
partir para longe,
longe desse coração que sente e se ressente,
longe desse corpo que envelhece e se condói,
longe desses tantos pensamentos conflitantes,
longe dessas palavras que se perdem em enganos grosseiros
longe de tudo que macule o amor puro e branco
que minha alma tem pela vida.

A. Masini


Um mundo novo por detrás das palpebras

Um mundo novo por detrás das palpebras


Te enxergo tão bem quando de olhos fechados
que quando os abro,
nos efemeros instantes que ainda dura o lume do seu sorriso,
um mundo novo se descortina diante minha retina.
Nele, tudo é mais vivo
tudo é mais iluminado
tudo é mais colorido.
E minha vida,
a que ainda restou dentro de mim
me diz que esse bocado de existência,
sensivel apenas por suspiros
ou lágrimas fugidias desses mesmos olhos quando ha mais tempo abertos,
pode valer a pena
se o piscar dos meus olhos for mais lento, mais freguente
porque só quando os fecho
consigo observar o que há dentro de mim,
no centro do que sou.
Lá, você ainda permanece a mesma,
que um dia por mim também se apaixonou.

A. Masini


Apartados (antes mesmo de unidos)

Aparados



De onde vem esse seu poder de transformar meus dias? De reunir cada uma das nuvens escuras de chuva e fazê-las dissipar, para em seguida, surgir o sol, iluminando cada canto escuro de minha alma atormentada?

De onde vem esse encanto, que me faz depositar cada uma das minhas esperanças nos sonhos que seus sorrisos me promovem?

De onde vem esse sentimento que me invade os olhos, corre por minhas veias, toma meu corpo e se instala em festa em meu coração a cada oportunidade que tenho de te ver?

Que coro angelical é esse que canta pra mim sempre que te ouço?

Que mulher é você, que parece ter sido feita sob medida para meus abraços, beijos e carinhos?

Que vida afinal é essa, que apesar dessas tantas coisas que me põem na sua direção, ainda assim nos manteve apartados de tudo isso?



A. Masini